quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Função do CEO é formar boa equipe, diz Jack Welch

Presidente mais admirado do mundo dos negócios falou a empresários durante evento em São Paulo

A grande missão de um líder é escolher sua equipe – essa foi a lição que Jack Welch, CEO mais admirado do mundo e colunista de EXAME, publicação da Editora Abril, deixou aos empresários brasileiros durante sua passagem por São Paulo, nesta terça-feira (7/11). O homem que liderou a General Electric (GE) por duas décadas e ganhou respeito por ter multiplicado por mais de 30 vezes o valor de mercado da companhia proferiu palestra durante a ExpoManagement, a uma platéia que quase lotou um auditório com capacidade para 3 500 pessoas.

O público - que incluía representantes das maiores empresas do país, como Petrobras, Souza Cruz e Cosan – ouviu de Welch que a gestão de um negócio é tão simples quanto a condução de um time de futebol: basta saber selecionar os jogadores. "São os funcionários que implementarão o seu plano e te farão atingir o objetivo", afirmou aos empresários. "De nada adianta um bom líder se não houver uma boa equipe."
Durante a palestra, o executivo americano deixou claro que não há nada de arte em conseguir manter uma equipe afinada. Selecionar o joio do trigo quando se lida com pessoal é uma técnica que deve seguir duas regras, segundo Welch, ambas relacionadas ao desempenho de cada empregado. Pela primeira, uma empresa deve sempre recompensar seus melhores funcionários - em geral 20% do total -, estimular os outros considerados medianos – cerca de 70% -, e dispensar os 10% mais fracos. "Sou um grande defensor da diferenciação", diz Welch.

Regis Filho

Para o americano, a avaliação dos funcionários é fundamental
A segunda regra do americano elucida os critérios para a avaliação do pessoal; ela está baseada em cinco fatores, que em inglês compõem o que Welch chama de "5 Es e 1 P": energia própria (em inglês, energy), energia passada a outros (energize), capacidade de decisão (edge to say yes or no), capacidade de execução (execute) e paixão pelo trabalho (passion). São essas características que formam uma equipe de "bons jogadores", e aqueles que não se encaixarem no perfil não merecem continuar na companhia, segundo Welch: "Se você não quiser se livrar dos piores, você é um covarde".

Mas também cabe ao CEO estimular os funcionários, na opinião do americano. Para ele, o presidente tem de explicar à equipe os planos da empresa, para que todos tenham idéias das metas que devem cumprir. Tem também de dizer a cada um dos empregados como eles vêm atuando dentro desses projetos. "É preciso conversar com franqueza com os funcionários pelo menos três vezes por ano." E o mais importante: comemorar as conquistas com todos. "Nunca diga ‘Parabéns, vamos jantar hoje à noite’. A melhor forma de celebrar é um cheque", fala Welch.

Hoje diretor e consultor da Jack Welch, LLC, o americano também dá aulas de administração no Massachussetts Institute of Technology, nos Estados Unidos, e foi de alunos brasileiros que recebeu orientações sobre o Brasil antes de vir ao país para a palestra. "Me disseram que as melhores coisas daqui são as pessoas, os empreendedores e a inflação em baixa. Já as três piores são corrupção, corrupção, corrupção", afirmou. No geral, Welch disse considerar a economia brasileira atraente, dando como exemplo o fato de o Brasil abrigar a mais competitiva unidade de serviços a companhias aéreas dentre todas da GE, atribuindo a informação à direção da subsidiária no país. Os empresários brasileiros também deixaram uma impressão positiva no guru mundial dos negócios: questionado por Alberto Saraiva, fundador do Habib’s, como uma empresa pode se tornar líder de mercado em um país com maioria da população nas classes C e D, Welch respondeu, depois de saber que a rede vende 2 milhões de esfihas por dia: "Acho que você já está muito bem sem os meus conselhos".

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